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  Comunicação de risco  

O chumbo é um metal muito comum na natureza, tendo uma ampla distribuição ambiental. Desde a antiguidade que têm sido reportados casos de intoxicação com este composto, por acumulação e exposição prolongada ao mesmo. Assim sendo, ao longo dos tempos, tem-se vindo a legislar o seu uso, de modo a reduzir o contacto das populações com este composto.

 

 

 

 

O chumbo pode estar presente nos combustíveis fósseis, tintas de casas antigas, canalizações, jóias, munições, produtos cosméticos e em indústrias como fundições, refinarias, minas, ... Atualmente, o seu uso em tintas e em gasolina está proibido. A remodelação de casas anteriores a 1978, cuja construção e pintura tinham por base o chumbo, tem sido recomendada em todo o mundo.

 

 

 

Apesar das medidas preventivas, intoxicações por chumbo são ainda frequentes, sendo mais comuns em crianças do que em adultos, especialmente em idades inferiores a 6 anos, devido à sua maior capacidade de absorção deste composto. As principais vias de exposição são a ingestão, inalação e via cutânea, respetivamente por esta ordem de importância.

 

 

 

 

Os mecanismos pelos quais o chumbo é tóxico são vários, tais como a competição com o Ferro a nível intestinal e plasmático pelo transportador DMT1, levando a anemia; o chumbo pode atravessar a BHE, podendo levar à desmielinização dos neurónios e, consequentemente, a problemas motores, encefalopatias, défices cognitivos e neurológicos, sendo, portanto, neurotóxico.

 

 

 

 

Assim, os sintomas mais frequentes de uma intoxicação por chumbo são dores abdominais, cansaço, dores de cabeça, irritabilidade, défice cognitivo e de memória, sensação de formigueiro nas mãos e pés, obstipação, perda de apetite, náuseas. Devido ao facto destes sintomas serem pouco específicos, muitas vezes são menosprezados, o que pode levar a consequências como anemias, falência renal ou até mesmo à morte.Deste modo, quando os sintomas surgem e há suspeita de intoxicação com chumbo, a pessoa em questão ou os seus familiares devem contactar imediatamente o médico para este fazer o diagnóstico e iniciar o tratamento.

 

 

 

Hoje em dia, existem muitos métodos de diagnóstico de intoxicação por chumbo que são muito eficazes e auxiliam na escolha do tratamento da mesma, que consistem em avaliar a sua concentração no sangue e urina ou através de radiografias.

 

 

 

O tratamento não é preventivo e passa em primeiro lugar pela eliminação da fonte de contaminação por chumbo. São frequentemente usados quelantes de chumbo (como o edetato de cálcio dissódico e o ácido dimercaptosuccínico) que, apesar dos efeitos adversos que possuem, apresentam eficácia no tratamento precoce de intoxicações por chumbo.

 

 

 

De salientar que a remoção de chumbo do organismo pode ser um processo demorado, dependendo da gravidade da intoxicação, que depende do tempo de exposição e das lesões provocadas nos órgãos.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 Em Resumo...

 

Fig.1 - Crianças como principal grupo de risco nas intoxicações por Chumbo [1]

 

 

(Em cada página, este símbolo permite-o voltar à comunicação de risco).

Fig.2 - Folheto de Prevenção de Envenenamentos por Chumbo nas crianças [2].

 

 

Referências:

 

[1]Toxipédia. http://toxipedia.org/display/dose/Lead?src=search (Consultado a 24/05/2015)

[2]CDC. http://www.cdc.gov/nceh/lead/infographic.htm (Consultado a 24/05/2015)

 

 

 

 

 

 

Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto, Portugal

Toxicologia Mecanística - 2015

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